O assunto da mesa de ontem foi sobre liberdade de expressão, “imprensa
carniceira”, e outras coisas do tipo.
Tudo começou porque alguém leu uma crítica a respeito de
piadas de mau gosto sobre o ocorrido em Santa Maria. Deram pano pra manga...
Então, questionou-se a liberdade de expressão irrestrita, que
a meu ver é inquestionável. Além de, felizmente, ser um princípio básico dos nossos
direitos fundamentais, assegurado por Convenções, Declarações e Resoluções em várias
partes do mundo.
E, convenhamos, numa sociedade que se julga democrática,
seria totalmente incoerente não haver liberdade de expressão. Sim, eu acho que
jornalistas, comentaristas, eu, você, ou qualquer pessoa tem todo direito de
expressar idéias, opiniões e desejos da forma e com o conteúdo que quiser. O
que nos resta é absorver o que servir. O que não servir, ou critica ou ignora.
A escolha é sua.
Não vivemos, hoje, em regime de exceção, com censura prévia
ou coisa do tipo. Por isso, concordo quando os organismos de imprensa e jornalistas
questionam qualquer tipo de censura. Mas, por outro lado, temos que admitir, com
relação à imprensa, que tem de tudo... Tem os sérios e comprometidos com a
informação e com a verdade. E tem os “vendidos” e oportunistas, comprometidos
consigo mesmos, com o “Ibope” ou com quem pagar mais.
Pra mim, ouvir e ler, o que é bom e o que é lixo, só faz
enriquecer. Faz aumentar a compreensão sobre as pessoas e sobre o mundo. E isso
não pode ser ruim. Penso que existe uma grande confusão entre aceitar que cada pessoa
diga o que quer, e concordar com o que ela está dizendo.
Com relação às piadas publicadas sobre tragédias, como a de
Santa Maria, além de ser de péssimo gosto, confirma que a mãe, o irmão ou o
amigo do filho da puta que escreveu, certamente, não estava lá. Mas nem por
isso, acho que ele não tenha o direito de publicá-la, e você ou eu, de criticá-la.
A liberdade deve ser dos dois lados.
Isso tudo é só uma opinião pessoal e atrevida. Uma análise
simplista de quem não tem profundidade teórica no assunto, mas não sabe ficar
quieta. Liberdade de expressão.
Pra findar esse papo, que já tá chato... Não sou muito adepta
de ditados populares, concordo com poucos, dos que eu conheço. No entanto, tem
um que se encaixa perfeitamente aqui: “Quem fala o que quer, ouve o que não
quer“. Portanto, fale, fale tudo o pensa, cuspa, escarre, mas, saiba ouvir. E
como é difícil.