Hoje, todos morremos um pouco. Aprendemos
mais uma vez, na dor, as conseqüências de tão pouco caso com a vida.
Morremos quando acordamos, com a infeliz surpresa
do que aconteceu em Santa Maria.
Morremos de indignação ao ver o lado mais
perverso do capitalismo, que ao barrar a saída de quem "não pagou a
conta", não poupou vidas.
Morremos de pena ao pensar nas vítimas,
que em minutos, perderam a chance de ter um futuro. E nas pessoas que ficaram,
sem filhos, sem pais, sem amigos, sem irmãos, sem chão. Só com a dor. E com um
sentimento absoluto de impotência.
Morremos em constatar que essa não foi a
primeira tragédia do tipo, e de imaginar que provavelmente, não será a última.
E que eu, você, ou qualquer pessoa que conhecemos pode em circunstâncias
parecidas, também ser uma vítima dessas “fatalidades”.
Morremos de raiva ao assistir a forma
apelativa, sensacionalista e oportunista, que alguns veículos e alguns
jornalistas fazem a cobertura do “evento”.
Morremos por entender como a vida é
frágil. E o limite do nosso controle sobre ela, ínfimo.
Hoje estamos também um pouco mortos. De
tristeza, de vergonha, de medo e de indignação.
Morrer, aqui, é só hipérbole. Mas em Santa Maria foi muito real, para as 233 pessoas que tinham tanta vida pela frente.
Infelizmente, no Brasil, temos o nefasto
costume da reação em detrimento à prevenção. Esperemos, no entanto, que as ações
diante desse acontecimento devastador de hoje, sejam consistentes e eficientes.
Que aprendamos com os erros. E que não precisemos esperar a próxima tragédia.
Resta-nos lamentar muito a partida
prematura de tanta gente, refletir sobre a responsabilidade de cada um e nos
solidarizarmos com aqueles que perderam as pessoas que amavam.
Dentro dos limites humanos, assegurar a
vida, a própria e a dos outros, deveria ser a premissa de todos nós.
Conheci seu blog pelo facebook da minha querida Marcia Lopes. Parabéns pela sensibilidade, seriedade e respeito com que trata nossos irmãos e suas famílias. Sou solidária em todas as suas frases. Um abraço.
ResponderExcluirObrigada, Maria das Graças. Foi realmente uma tragédia terrível, que nos deixou a todos consternados e impotentes. Abs.
Excluir