É isso mesmo, o Rafael casou! O meu irmão caçula, aquele que
ninguém imaginava casando, nem a família, nem os amigos e nem ele próprio. Se
bem que isso foi antes. Antes de conhecer a Aline, que ajudou a mudar sua vida.
Mudar mesmo, de um jeito, que só como São Tomé pra acreditar, só vendo.
Escolheu
um caminho diferente de tudo que eu pudesse imaginar pra ele. Que não combinava
com o Rafael que eu conhecia até ali. O que me causou estranheza, no começo. Não
achava que aquela era a saída. Mas não era, pra mim. Foi pra ele. E eu o
respeito, absolutamente, pela sua escolha.
Essa semana, perguntei a ele com dor no coração: “vai casar mesmo,
Rafa? Ainda dá tempo...” (rs!). Ele sorriu, me abraçou e disse: “Vou Jú, e está
tudo bem!”. Nem eu mesma sei, porque fiz essa pergunta. Acho que é mesmo coisa
de irmã mais velha, com ciúmes.
Confesso que meus sentimentos ficaram confusos ontem, senti
felicidade pelos noivos, ansiedade pela transformação da vida dele, saudade de
tudo que já vivemos, orgulho... Tudo junto e misturado. Nesses últimos dias tenho pensado muito em
como foi a vida dele. E posso, seguramente, dizer que poucas pessoas com 29
anos viveram tudo o que ele viveu, pelas circunstâncias, pela personalidade e
pelas escolhas.
Rafael é o caçula de quatro filhos. Eu tinha seis anos quando ele
nasceu. E de lá pra cá foram muitas emoções, para todos
os gostos. Uma pessoa incrível, que apesar do apelido, Brutus, tem um coração
gigante. É completamente desprendido do que é material, é ansioso, destemido,
tímido, intenso em tudo que faz, cozinheiro primoroso, impaciente, muito amigo
dos seus poucos amigos, gosta de jogar futebol (no gol, por ser “magrinho”), videogame,
de dormir depois do almoço, de comer e de ser feliz.
É
o irmão que, na escola, trocava o passe de ônibus por cachorro quente ou
pipoca, e ligava pra um dos tios dizendo que havia “perdido” o passe. E os
tios, mesmo sabendo que o “gordinho” havia trocado, buscavam.
O
irmão que nunca teve medo de experimentar, o que lhe trouxe alguns problemas,
muitas emoções e muitas transformações. Que salta de paraquedas, que atravessa
cachoeiras e já nos deu alguns sustos.
O
irmão que foi meu sócio num restaurante. Uma parceria que nos aproximou ainda
mais. Passamos por muitos momentos juntos. Temos o temperamento parecido e por
isso, também já tivemos algumas brigas boas, mas que foram sempre superadas rapidamente.
Ontem,
ele casou. Uma mudança grande na vida de qualquer pessoa. Agora, ele vai
dividir, além da cama, sonhos, projetos, contas, “espaço”, diferenças e amor.
O
casamento foi lindo e emocionante. E a festa super animada, o que, aliás, é praxe
nessa família. Teve a familhagem de fora, alguns amigos, emoção, comida boa,
muita alegria, uma noiva linda, choro, risadas, música, dança, tombo, a dedicação
de sempre da Dona Márcia, para que tudo saísse perfeito, o esforço do Paulão,
que superou um pequeno contratempo, mas jamais perderia o casamento do filho. Foi tudo perfeito. Apenas lamentei a ausência de
duas pessoas, que eram extremamente importantes e especiais na vida do Rafael,
e que já se foram. Os tios, que o buscavam quando ele “perdia” o passe escolar,
Betão e Valtão! Brindaram, com cerveja! Que eles gostavam pouco...
Ah,
só um alerta de utilidade pública, que descobri ontem: Freixenet é crack
líquido, quando utilizado em doses cavalares. Minha avó perguntou ao meu tio, o
que eu tinha ontem. (rs!)
Pra
acabar, só um registro: o meu amor pelo meu irmão é tão grande, que eu sinto a
dor dele, fico triste e feliz junto, sinto um orgulho enorme e desejo a vida
mais plena que ele conseguir ter.
Parabéns pra Ju, pelo Blog e para o Rafa e Aline, pelo lindo casamento!
ResponderExcluirBeijos
Carol
Alegria alegria rsrsrsrrs. O Rafa com essa barba, tá a"cara" do Paulão.
ResponderExcluirLindo JU, é isso ai, o nosso Rafa casou.... quem diria, e á pura felicidade agora....
ResponderExcluirBjos
Ana Paula
Lindo mesmo Juliana. Chorei tanto quando li, que não consegui escrever aqui. O Rafael será muito feliz com a Aline. bjs
ResponderExcluirMárcia Lopes