27 de maio de 2013

10 Coisas simples que todo homem deveria (realmente) saber sobre as mulheres.


Homens têm a tendência e o mau hábito de achar que conhecem bem as mulheres. Hummm... Alguns até se esforçam mais, outros fazem o feijão com arroz, e outros teriam que entrar na fila três vezes e nascer de novo, tão grande é a sua incompetência e inabilidade para nos entender. Quando, na verdade, as mulheres não são seres tão complicados quanto parecem. Pelo menos boa parte delas. Existem até as bem legais.

Pra começar, é importante que se diga: nem todas as mulheres mexem nas suas gavetas; nem todas as mulheres odeiam futebol; nem todas as mulheres fingem orgasmos; nem todas as mulheres são ciumentas; nem todas as mulheres se preocupam com o seu saldo bancário; nem todas as mulheres gostam de discutir a relação, assim como, nem todos os homens acham que o seu carro é a extensão do seu pinto... Viu só, meu amigo? Nem tudo está perdido. Existem mulheres, que podem sim te fazer feliz, e de maneira leve e bem humorada. Basta procurar direito, ou se já tiver a sua, fazer o mínimo esforço para entendê-la, apesar das contradições femininas, que reconhecemos, e que ficarão explícitas na lista abaixo.

Essa lista, de dez coisas que os homens deveriam saber sobre nós, não é inquestionável,  são coisas simples, e apenas algumas constatações de uma mulher observadora e balzaquiana, mesmo porque algumas prioridades femininas mudam com a idade. E porque há mulheres de todos os tipos e para todos os gostos. É o que eu sempre digo, a exceção confirma a regra. Vamos encará-la (a lista) como pequenos toques de uma mulher legal (e bem modesta), para homens que ainda não sabem dessas coisas (ou fingem não saber), por preguiça, ou porque reproduzem modelos antigos e que não os favorecem, ou simplesmente por displicência, com os seres que mais lhes dão alegrias na vida, as mulheres.

1-      Mulher não precisa de flores. Calma, calma! Queridas românticas e românticos inveterados, não estou dizendo que não é bom receber flores. Mas é muito melhor ganhar um abraço apertado e um beijo apaixonado, sem pedir; uma mensagem com palavras bonitinhas ou calientes no meio do dia; ou uma proposta inesperada de filme, pipoca e edredom, num dia chuvoso. Podem mandar as flores também, mas, elas sozinhas, não "resolvem o problema”.

2-      Tem homens que insistem, fazem piadinhas infames e acreditam mesmo, que mulheres não sabem dirigir direito. Ledo engano! Tem as que são até “bem boleias”. As mulheres de hoje fazem baliza perfeitamente, trocam pneus e sabem dirigir até Fusca. Aliás, alguns marmanjos são navalhas mais cortantes que a do seu Zé, o barbeiro do Corte Bom.

3-      Mulheres gostam de homens que as façam rir. Não precisa da noite para o dia, transformar-se no Bozo. Apenas seja divertido, não leve, sempre, tudo tão à sério, fale besteiras interessantes e engraçadas. Ou faça cócegas (pero no mucho). Mas seja autêntico. Se pra ser divertido tiver que forçar a barra, melhor não. Bom humor e um pouco de graça são fundamentais, mas se for na marra, ela pode até reconhecer o seu esforço, mas depois vai rir da sua "idiotice". Mesmo porque, você deve ter outros atributos que possam substituir o fato de não ser tão engraçado.

4-      É claro que um homem bonito e galanteador agrada aos olhos e à estima de muitas mulheres. Mas pra boa parte delas (thank´s god!), um homem que exercita o cérebro, que seja interessante e gentil, que saiba conversar, e saiba do que está falando, é muito mais atraente do que músculos atrofiados e um par de olhos azuis. Não há nada mais estimulante do que um bom papo, com alguém que pensa.

5-      A gente ainda precisa de vocês para abrir as conservas, sim. E daí? Só porque agora somos independentes, trabalhadoras, ocupadas, bem resolvidas, votamos e mandamos à merda quando é pertinente?  Isso quer dizer muito pra nós. Mas, não esconde o fato de que ainda somos mulheres, de que fisicamente vocês são (geralmente) mais fortes, e de que é péssimo pagar vintão pra fazer as unhas e estraga-las brigando com a tampa do vidro de azeitonas. Portanto, continuem abrindo as conservas, pegando as taças que estão no alto do armário e carregando as malas mais pesadas. Jamais reclamaremos disso.

6-      Definitivamente, não nos importamos de rachar as contas. É muito chato ter diferenças por causa de dinheiro. Se você trabalha e ela também, nada mais justo que os casais, sejam eles casados, namorados, amasiados, seja lá qual for o estado civil, rachem as despesas, de casa, do restaurante, do motel... Mas, por favor, sem preciosismo, nada de dízimas periódicas na hora do rachide. Arredondemos e sejamos felizes. Ah! É preciso que se diga, infelizmente, ainda existem homens e mulheres, que acham que pagar a conta é “dever” do homem. Se você se enquadra nessa, você sofre de machismo, meu bem! Cavalheirismo é outra coisa.

7-      Homens, as mulheres (a maioria delas) ainda esperam sim, que vocês adivinhem o que elas estão pensando e desejando, embora saibam que vocês não são muito eficientes nesse quesito. Apesar de toda a evolução da nossa “espécie”, ainda gostamos de ser surpreendidas. Portanto, quando no domingo de manhã, ela disser: “Ai que preguiça de cozinhar hoje!”, ela está querendo dizer pra você sair, comprar um almoço delicioso, lavar a louça, e mandá-la descansar, porque ela já cuida muito de você, e hoje você vai cuidar dela. Se cozinhar pra ela então, melhor ainda! Mulheres, se não funcionar, seja direta e diga o que quer. Eu, particularmente, sou mais adepta à última opção.

8-      Respeite o espaço da mulher que está com você. Nada mais chato do que um homem que controla e censura o tempo todo. Um homem seguro e parceiro deixa a sua mulher se divertir, gargalhar alto daquela piada idiota, conversar com seus amigos sem inseguranças, escolher a própria roupa sem restrições, exagerar no vinho ou na cerveja quando “necessário”, dançar quando tem vontade. Ver ela feliz, faz ele feliz, ou pelo menos deveria. Devo reconhecer, essa é uma das principais virtudes do meu.

9-      Mulheres gostam de homens seguros. Você pode ser um vendedor ambulante, um hippie, um professor ou um grande executivo, não importa, quando ela perceber a sua segurança, competência seja lá no que faça, e a sua capacidade de lidar com situações adversas, vai se interessar por você. Agora, por favor meus caros, mulheres detestam homens pernósticos. Disfarçamos bem, mas sabemos quando é natural e quando é tipo.

10-  Pra terminar, três coisinhas básicas, mas que as mulheres gostam muito, e que nunca sairão de moda: ficar de conchinha; umas sacanagens ao pé do ouvido e massagem nos pés, sem pressa, por favor!

Digníssimo homem: se você não é um machista, muito menos um misógino; não tem como parceira uma feminista bolchevique, e com um pouco de boa vontade, for capaz de assimilar dicas simples e banais, como estas, facilitarão muito as suas vidas e com pouco esforço nos farão bem felizes! Parece até simples, não?! É porque é.


11 de maio de 2013

Sobre ser mãe... E sobre ser a nossa mãe.


Mãe, escrevo em nome dos seus quatro orgulhosos filhos uma pequena homenagem a você, nesse dia das mães. É uma única homenagem, porque o sentimento que nos ensinou a nutrir entre nós quatro é o mesmo sentimento que temos por você, um amor igual, imenso e verdadeiro.
 
Mãe todo mundo tem a sua, perto ou longe; nova ou velha; legal ou chata; doente ou sã; bonita ou feia; gorda ou magra; amiga ou nem tanto; enfim, existem todos os tipos de mãe. E pra todo mundo, a sua própria mãe é a melhor do mundo. Por que seria diferente com a gente? Você é a melhor mãe que poderíamos desejar ter, com todas as suas virtudes e defeitos (poucos, aliás). E vou dizer por que.
Porque ser mãe é educar com todo amor possível, mas com limites e com regras. E mesmo quando não seguimos todas à risca, em alguns (talvez vários) momentos da vida, aprendemos como deve ser. E nessas ocasiões, você sempre soube lidar com as nossas “transgressões” de maneira firme e ao mesmo tempo doce, e sempre entendíamos o recado.
Porque ser mãe é ensinar a respeitar e valorizar as pessoas acima de tudo, sejam elas quem forem. É ensinar que as pessoas são diferentes em muitos aspectos, socialmente, financeiramente, fisicamente, em seus comportamentos, em suas ideologias, em suas opiniões, em suas escolhas, e que, no entanto, são essencialmente iguais, e merecedoras de igual respeito e tratamento... Salvo algumas exceções! (Isso não foi você quem ensinou, bota na minha conta!) hehehe.
Porque ser mãe é formar, informar, opinar, ensinar, mas principalmente, escutar e respeitar a individualidade e as diferenças de cada filho. E isso você sempre fez, com toda perspicácia e sagacidade.
Ser mãe é bater na porta do quarto antes de entrar; é cobrar atitudes e posições, mas sempre depois de ter ensinado como deve ser; é continuar dando “broncas” e chamando a atenção mesmo que os filhos tenham 29, 31, 33 ou 35. E é aprender a “levar bronca” dos filhos, e sorrir.
Ser mãe é fazer pagar mico; é fazer os filhos usarem roupas ridículas e cabelos medonhos, que só percebemos anos depois nas fotos; é “escrever” carta pro Papai Noel; é fazer pegadinhas de coelhos e esconder os ovos; é assistir trezentas vezes os mesmos desenhos e filmes sem graça; é repetir incontáveis vezes as histórias que a gente mais gosta; é chorar na apresentação da escola, em competição de natação, ou quando um filho tem febre alta.
Ser mãe é espantar os medos, os mosquitos, os problemas, as baratas, as doenças, a preguiça. Mãe é tendenciosa, protetora e faz tudo com a maior “cara de pau” e amor do mundo.
Ser mãe é mostrar os caminhos da vida, mas deixar que cada filho trilhe o seu. É ensinar princípios, modelos, o certo e o errado, mas deixar que quebremos a cara e aprendamos sozinhos, na marra. Ser mãe é apoiar as idéias, projetos e até algumas loucuras dos filhos, mesmo quando já imagina que não dará muito certo.  É incentivar, torcer, acolher, aconselhar, é demonstrar amor. E demonstrar amor é muito mais do que dizer que ama, dar beijos, ou dar o que pedimos. Demonstrar amor é dar sentido à vida. E você fez isso com as nossas, nós entendemos o sentido da vida, da liberdade e da felicidade através de você, e do Paulão, claro. Mas, hoje é seu dia, o deixaremos para agosto.
Mãe, você sempre foi, e é tudo isso descrito acima. E ter uma mãe dessas é uma grande honra (queria mesmo dizer que é uma Puta honra!) e “alívio” pra nós. E ainda tem o fato das suas três filhas também já serem mães (Rafael já está enrolando), e sobre isso, só podemos dizer que somos gratas, e os nossos filhos sortudos, porque fizemos a sua “escola” de mãe.
Mãe, você é uma mulher incrível! Generosa, descolada, sempre disposta, fiel aos seus princípios e ideologias, desprendida e com uma disposição invejável para a vida e pra fazer as coisas, por nós e pelos outros.
E nós, seus filhos, sempre nos sentimos amados, inteiros, compreendidos e livres. Sempre soubemos que entre nós, a não ser que optemos por isso, não existe assunto proibido. Que tudo pode ser dito. Que não concordamos em tudo, mas nos escutamos, trocamos idéias, buscamos os caminhos, e com isso, temos cumplicidade e segurança pra viver.
Sabe o que é o melhor disso tudo? É saber que o tal “contrato” de ser mãe é vitalício e irrevogável. Será sempre você e nós quatro, sem chance de devolução. Portanto, mãe é inexoravelmente para sempre. E já que é para sempre, ter você como a nossa mãe, nos tranqüiliza e nos orgulha muito.
Feliz dia das mães, Dona Márcia Lopes! Com todo o nosso amor e admiração.
Juliana, Mariana, Ana Paula e Rafael. (Por ordem de "chegada").

 


6 de maio de 2013

Ainda sobre a redução da maioridade penal, mas agora sobre quem tem razão!



Acredito que aquilo que nossos avós diziam que “quando um burro fala o outro abaixa a orelha”, é só a forma sertaneja de dizer que todos somos ignorantes sobre determinado assunto, pelo menos na perspectiva do outro que pensa diferente, e que saber ouvir é uma grande virtude. Acho que aprendo isso todos os dias, às vezes de forma mais dolorosa, às vezes com mais tranqüilidade, mais aprendo.

O tema da redução da maioridade penal ainda acende discussões em todas as rodas e  mídias, especialmente, nas mídias sociais como facebook e twitter. Mas, agora, as pessoas estão discutindo sobre uma perspectiva diferente. Não apenas sobre os argumentos favoráveis ou contrários. Algumas pessoas questionam também, muitas vezes de maneira arrogante, a razão de quem emite opinião, e passam a agredir verbalmente, de forma velada (ou não) - mas geralmente irônica - os que pensam diferente. E apesar de ter a minha opinião formada sobre isso (que também já publiquei no FB, e republico ao final deste texto), observei que isso vem acontecendo dos dois lados. O que é uma pena, porque enfraquece o debate de idéias, que muitas vezes, acaba transformado em uma discussão pessoal. Que é uma discussão ideológica, todos sabemos, mas não pessoal. 

Observado isso, me surgiu uma questão: Quem tem razão? Quem é a favor da redução? Como você. Ou quem é contra? Como eu. Claro que sou eu. Ou... Claro que é você. No fim é sempre quem “está com a palavra”.

É como funciona o ser humano. Quando tem uma opinião formada sobre determinado tema, acha mesmo que conhece a verdade sobre ele. Mesmo aqueles que se dizem a favor da liberdade de pensamento, da democracia, e afirmam peremptoriamente que respeitam as opiniões divergentes... Humm, bullshit! As pessoas sempre acham que tem a razão (e ponto). Alguns pensam mesmo serem os donos da verdade, os mais informados, os mais cultos, os mais inteligentes, os intelectuais ou simplesmente, os mais “espertos” e com a intransigência de um rinoceronte (poderia ser outro bicho) despejam a sua “humilde” opinião.

É muito difícil admitir que alguém pense diferente, e principalmente que esse alguém possa estar certo, e você errado. 

Por isso, é preciso um pouco mais de humildade e respeito, pra tudo, até para divergir de outras pessoas. Um bom começo pra você, e pra mim, é admitir que não existe verdade absoluta. Que as perspectivas de quem vê ou analisa determinado tema são diferentes. Que a formação, os modelos, o meio, a maneira de enxergar a vida, as experiências, tudo isso é diferente entre as pessoas. Que os interesses são diferentes.  Talvez assim, possamos ter discussões que levem a algum lugar. Até mesmo aquela discussão mais acalorada no facebook, ou na mesa do boteco, pode render frutos, ao invés de estremecer amizades. 

Não que eu ache que as pessoas estão aí para serem convencidas do contrário daquilo que pensam e acreditam. Isso, vindo de mim seria uma tremenda hipocrisia, já que tenho opiniões nem sempre usuais, e sou convicta delas, além de ser teimosa, confesso. E, mesmo admitindo com alguma dificuldade, sou capaz de mudá-las quando realmente achar que devo. Por isso, acho notável quando alguém reconhece que possa estar errado, que possa rever conceitos, que possa aceitar novas idéias e perspectivas, ou seja, que possa até mudar de opinião, ou simplesmente, respeitar as divergentes. E é importante que se diga, respeitar não significa concordar, apenas saber ouvir e debater, sem aquele ar de superioridade que acomete alguns pseudos intelectuais, que até tem alguma inteligência, mas uma falsa modéstia de dar pena.

A propósito, eu sou contra a redução da maioridade penal, assunto que originou esse post, por mim desvirtuado. Republico abaixo algumas considerações sobre isso. 

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 Redução da maioridade penal.
(Texto já publicado por mim no facebook em Abril/2013)

Temos o mau hábito de pautar nossas opiniões pessoais, sobre assuntos importantes para a sociedade, pelo senso comum. Ou seja, saímos por aí, reproduzindo “verdades e soluções” sem nenhuma crítica, sem nenhum cuidado com a informação, muitas vezes sem nenhum fundamento histórico e real. Cuspimos nossas percepções, decepções e inseguranças, movidos apenas pela paixão. Neste caso, por exemplo, pela indignação de ver adolescentes cometendo crimes bárbaros, o que gera muitos desabafos e opiniões contundentes a favor da redução da maioridade penal. Assunto que está voltando à tona através da discussão da PEC 33/2012, na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania, do Congresso Nacional.

Mas nos esquecemos – convenientemente - que a responsabilidade pela violência e pela exclusão social, é também nossa. É da sociedade, que se omite e se acostuma com a miséria alheia; que faz perpetuar a pobreza; que é conivente com o descaso. Que critica veementemente o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente), mas a maioria, jamais o leu; que não admite que negando os direitos fundamentais de crianças e jovens à alimentação, à saúde, à educação, permitimos que eles fiquem suscetíveis a sofrer ou praticar violência; que critica o tráfico e a violência que ele gera, mas compra e consome drogas... O que, na verdade, é problema ou alegria de cada um, o que não é aceitável é a incoerência.

É claro que também fico indignada com a violência, e consternada com as famílias que perdem seus entes queridos, seus amigos, pelas mãos desses adolescentes. É provável que se fizessem com um filho meu, teria vontade de matar, eu mesma. Mas isso é paixão, é impulso, é pessoal. Não podemos deixar que isso determine ou influencie uma lei que rege uma nação. Para puni-los, já existem leis, com medidas socioeducativas que deveriam – teoricamente - reintegrá-los à sociedade. Se elas estão funcionando, ou não, é uma outra questão, que deve ser avaliada, revista e cobrada a quem compete. Agora, aumentar as estatísticas demográficas de um sistema penitenciário sabidamente falido, definitivamente, não resolverá o problema da violência. O buraco é muito mais embaixo.

Temos que ter muito cuidado para que pensamentos de uma sociedade ainda muito reacionária, e essa busca emocional por justiça a qualquer preço, não causem danos irreversíveis para o nosso país, para os nossos filhos e principalmente para crianças e jovens, que sem nenhuma chance de escolha, já nasceram num ambiente de miséria, preconceito, injustiça social e violência.


Eu sou contra a PEC 33/2012.


1 de maio de 2013

PELO DIREITO DE OLHAR


Segunda-feira brava, e logo cedo na padaria, uma cena inusitada. Na verdade, nem tão inusitada assim. Mais corriqueira do que deveria ser, na minha opinião.

Enquanto esperava meu café, observei um casal entrando. Eram jovens, acho que beirando os 40 anos, falantes e sorridentes, sentaram-se à mesa ao lado. Até aí, tudo certo, eles continuaram num papo animado, e eu voltei para o meu café e para a reportagem da derrota do LEC para o Coxa, que eu lia no JL. Eis que, a certa altura, entra uma mulher linda, morena, alta, charmosa, dessas gostosonas mesmo, de parar um canteiro de obras inteiro. O que foi??? Não, essa coca aqui, não é fanta não. Apesar de não ter absolutamente nada contra mulher com mulher, homem com homem, faca sem ponta ou galinha sem pé, só corto de um lado mesmo, mas sei perfeitamente reconhecer uma mulher linda. E aquela era.

Bom, voltando ao casal da mesa ao lado... O papo animado cessou a medida em que a padaria inteira parou pra olhar a mulher – destruidora de lares – entrando. E com o braço roxo do beliscão que levou (e todo mundo viu), o cara, vizinho de mesa corou na hora com o ‘piti’ da esposa, namorada, ou seja lá o que for, que além do beliscão, danou a falar na orelha dele, tentando ser discreta, sem conseguir. Tenho certeza absoluta que, naquele momento, ele desejou virar um tatu e se enfiar no primeiro buraco que encontrasse. É o que eu faria, acho.

O fato é que a cena toda me chamou a atenção sobre um sentimento muito comum entre os casais, o ciúme. Pensei: o que faz uma mulher achar que o homem que está com ela, não vai olhar pra um par de olhos verdes, ou um par de peitos lindos, ou uma bunda gostosona? Eles olham, e isso é fato. Acho até que os olhos masculinos tem vida própria, é instintivo, incontrolável. Calma aí, sei que já tem mulher lendo aqui e querendo me matar, e sei também que tem homens super discretos e gentis, que esforçam-se sobremaneira para não expor as suas parceiras a tal constrangimento. Mas, vou explicar melhor o que eu penso sobre isso.

Primeiro, concordo com o clichê de que o que é bonito deve ser apreciado. Duvido que vocês, mulheres ciumentas, não dão nem uma olhadinha para um homem lindo que aparece na sua frente, ou na TV, ou na revista, não sejamos hipócritas. E acho que assim como os homens, as mulheres devem sim apreciar o que é belo, por que não? Desde que seja discreta, e respeitosa, como eles deveriam ser sempre.

Não, isso não é uma carta de alforria para o meu marido, ou qualquer outro homem se sentir confortável, e sair por aí assassinando peitos e bundas com o olhar. Mesmo porque até pra isso deve existir bom senso. É claro que se o homem ou a mulher que está com você, não tirar os olhos daquele ser lindo que apareceu, e insistir num olhar tipo sedutor, também considero falta grave, passível de expulsão, e sem direito ao amarelo antes. Na verdade, um desrespeito com quem está ao seu lado. Porque aí, uma situação que poderia ser encarada com naturalidade, torna-se constrangedora. A medida? Quanto pode? Não sei meu bem, encontre a sua. Eu já tenho a minha de tolerar e de olhar, e posso garantir que nunca me senti desrespeitada, e nunca desrespeitei ninguém.

Fico imaginando o número de mulheres que sofrem de ciúme. E acho que algumas fazem uma grande confusão com esse sentimento, acreditando mesmo que ciúme é prova de amor, de afeição. Ciúme, definitivamente, não é amor, e não vem do amor. Ciúme é insegurança, desconfiança, instabilidade emocional, ou qualquer outro nome, menos amor. Pra mim, o amor tem que ser calmo, seguro, divertido, consistente.

Conheço algumas histórias de ciúme, e pessoas ciumentas, que chegam a dar pena, porque as pessoas ciumentas sofrem muito. Acho até que tudo bem, quando é aquele ciúme pra “fazer charme”, tem gente que até gosta. Agora, quando é um reflexo da insegurança, baixa autoestima e falta de confiança, o que leva uma mulher, por exemplo, a protagonizar uma cena como a da padaria, ou fuçar nas coisas do marido sistematicamente, aí o ciúme é patológico. Neste caso, o problema é mais sério, e deve-se sim buscar ajuda especializada, de terapeutas, psicólogos, psiquiatras, ou coisa que o valha. Ou troque de marido! O que é uma brincadeira, já que não resolveria o problema, que provavelmente é seu.

Acho que quando nós, como casais entendermos algumas coisas, como por exemplo: que casais, apesar de estarem juntos, não pertencem um ao outro. E que não é possível convencer ninguém a te amar, isso simplesmente acontece. E que o respeito deve prevalecer sempre numa relação, e olhar pra uma mulher bonita ou um homem bonito não é exatamente, falta dele. E que o ciúme, ao contrário do que alguns pensam, pode destruir uma relação e não “apimentá-la”. Enfim, acredito que entender isso e viver dessa forma, torna a vida mais leve, mais divertida e o amor tem espaço pra crescer.

Conselho despretensioso: Não pire e nem sofra de ciúme, demonstre sempre o seu amor, e verá como será bem mais feliz e capaz de fazer feliz!