Moro no país do futebol, que exporta o Neymar e importa o Zizao. Mas pelo menos, o Zizao tá lendo, né gente?! E quem se importa?
Moro num país tropical onde as
pessoas trabalham de terno e gravata, mesmo num calor de quase 40 graus. Hábito
importado e equivocado! E quem se importa?
Moro num país onde jornalista da
Folha de São Paulo “insinua” que adolescentes podem sofrer violência sexual,
pela roupa que usam, ou seja, a culpa é delas! E quem se importa?
Moro num país onde as pessoas estão
ficando chatas! Onde dizem que política, futebol e religião não se
discute. Como assim? É o que mais se
discute. E sexo então? É (ainda) tabu, apesar de todo mundo fazer e todo mundo gostar,
mas pra maioria é assunto proibido. Nelson Rodrigues disse uma vez: “Se
cada um soubesse o que o outro faz dentro de quatro paredes, ninguém se
cumprimentava”. Pois é, mas todo mundo faz, e todo mundo se cumprimenta. Mas,
quase ninguém fala! E quem se importa?
Moro num país onde dizem que 11 entre
10 mulheres dariam para o Chico Buarque. Além de um exagero, é matematicamente
impossível! E quem se importa?
Moro num país onde as pessoas não só
acham que as “Copas” não vão dar certo, mas também torcem por isso! Se não,
como é que fica o prazer, eu diria sádico, de antecipar os fatos, e dizer “Eu
sabia! Eu disse!”. E tem também o complexo de vira-latas, né... Como eventos
dessa magnitude darão certo num país como esse, de gente como você e como eu???
Pode dar e pode não dar... E quem se importa?
Moro num país onde tem muita gente
que acha que programas de transferência de renda, como o Bolsa Família, pra
quem não tem nem pro café, são excrecencias. Mas, sonegar IR, diminuir o valor
do imóvel na hora do registro, subornar o guarda pra não levar aquela multa...
ah, essas coisas podem! É só o jeitinho brasileiro. E quem se importa?
Moro num
país onde o Pr. Marco Feliciano é presidente da Comissão de Direitos Humanos da
Câmara, e José Maria Marin é o presidente da CBF. E quem se importa?
Moro num país onde alunos xingam e
jogam livros na cara de professores, e professores, esgotados, agridem alunos.
Onde a ideia de educação está deturpada, e as responsabilidades “confundidas”.
Certeza que Piaget, Vygotsky,
Paulo Freire e tantos outros estão revirando em seus túmulos. Mas, que não
percamos a fé na educação, que é das poucas coisas que podem nos “salvar”. E
quem se importa?
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