19 de fevereiro de 2013

Difícil, são as escolhas!


Eu sempre repito a seguinte frase para os meus filhos, e pra mim mesma: a vida é feita de escolhas! Mais um clichê. Mas só é clichê, porque é verdade. Mas, é claro que você já sabe disso. Somos forçados a escolher o tempo todo. O problema, é que ás vezes, não percebemos as conseqüências delas.

Então, lá vão as minhas considerações sobre algumas escolhas... 

Escolha "manter por perto” sua família, seus amigos, suas paixões e seus amores. Eles trazem apoio, prazer e alegria.

Escolha cantar, mesmo se não souber direito a letra. Ou, não tiver a afinação da Mariza Monte.

Escolha viver os seus problemas, e não os alheios. 

Saber perder é uma virtude. Não se ganha sempre. Por mais que ganhar sempre, seja tentador.

Escolha usar bem as vírgulas. Elas são cheias de significado. E na dúvida, peque pelo excesso.

Escolha trabalhar no que gosta. E não só no que dá dinheiro.

Pratique o desapego. Só fique com o que serve. Sabe aquela calça que você acha que ainda vai entrar? Tomara! Mas, se passar mais de um ano em seu guarda-roupa sem ser usada, ela será bem mais útil em outro lugar.

Não acredite que o tempo cura tudo. Ele ajuda, mas, não resolve. Você resolve. Ou, pode pelo menos tentar.

Aceite suas limitações físicas, emocionais, financeiras... Menos as intelectuais e cognitivas. Nessas, você pode dar jeito. Nas outras também, mas se tiver paciência.

Entenda que o principal órgão sexual do seu corpo, é a cabeça. Você entendeu... A cabeça pensante. Ou não. Tá bom vai, isso é relativo.

Escolha o bom humor. Não precisa ser cearense, mas ria, e faça rir.

Fale sempre o que pensa, verdadeiramente. O que pensam de você é problema deles, e não seu. A não ser, que seja um político, um pastor ou a Carolina Dickeman, com vídeos espalhados na rede mundial.

Se tem uma religião, respeite a dos outros. Se não tem, respeite a dos outros, também.

Não guarde suas taças de cristal, ou o jogo de pratos que ganhou no casamento, para uma dia especial. Todos são. Tome vinho e coma pizza neles.

Pague suas contas, pelo menos, sempre que der. Vai dormir melhor.

Escolha ler romances, ficção, realidades ou livros técnicos da sua área. Auto-ajuda é muito chato, e não ajuda.

Entenda que a vida nem sempre é justa. Escolha você ser justo, consigo mesmo e com os outros.

Ame e sinta tudo que puder, e fale. É bom falar e é bom ouvir.

Permita-se comer e beber o que gosta, desde que, não seja costela e cerveja todos os dias.

Escolha dançar, ao invés de ficar olhando os outros se acabarem na pista.

Não escolha ter sempre razão. Não subverta os acontecimentos. Por mais que disfarce, as pessoas entendem o que está fazendo. E ter sempre razão, é muito chato e arrogante. Além de não aprender nada, afinal, já sabe tudo.

Escolha estar perto de quem te faz bem. Sempre.

Escolha ser feliz e fazer feliz. É tão mais fácil viver assim. A alternativa a isso é a tristeza, e disso, se morre.
 

18 de fevereiro de 2013

Saudade


Palavra que já se faz imponente por ser exclusiva.  É nossa. Só existe em português... Tá, dizem que também em galego. Mas nenhuma outra língua a traduz. Não é privilégio nosso senti-la. Mas, pronunciá-la, escrevê-la, tê-la, sim. Só isso, já a torna especial. E mais especial ainda, dependendo do “objeto” da saudade.

Por que escrever sobre saudade? Porque eu sinto muita. De muitas coisas e pessoas. E de algumas, especialmente. E sinto da forma mais superlativa e “hiperbólica” que existe. Morro de saudade. O que não faço, é acomodar-me nela. O objetivo, sempre que possível, é matá-la. E como nem sempre é, deu vontade de falar sobre ela. 

E não quero falar da origem “portuguesa” da palavra, e nem da etimologia, que vem do latim, de “solidão”. Quero falar da saudade que dói, e ao mesmo tempo é boa, quando você consegue imaginar o fim dela. 

Quero falar da saudade que causa sensações e dores físicas. Dor de estômago, nó na garganta, insônia, angústia e da vontade de chorar. Quem nunca sentiu, todas, ou pelo menos uma dessas sensações, me desculpe, mas, pra mim, não é tão humano assim. 

Muitas coisas e pessoas podem ser vítimas da sua saudade. As pessoas que você amava, e já se foram; uma música que marcou sua vida; as amigas que não encontra faz tempo; ou aquela, que mora bem perto, e você quase não vê; um lugar inesquecível que conheceu; a família que mora longe; um amor. Tudo pode lhe causar saudade, com mais ou menos intensidade. Mas a saudade principal, certamente é de gente.

Ficar longe de alguém que gosta muito, adora ou ama, causa incômodo, ansiedade e tristeza.  Mas também, expectativa, vontades e planos, coisas que nos movem. E isso é bom. E pra quem “morre” de saudade, como eu. Poder matá-la é indescritível. Encontrar o objeto da sua saudade traz satisfação e felicidade. É aí, que a saudade fica boa.

Quero continuar morrendo de saudade, só pra poder matá-la. E quando não der... 

Só tem uma saudade que nunca quero sentir na vida, a saudade do que não vivi. Escolhi viver pra ter saudade. Dói um pouco, mas faz feliz.


11 de fevereiro de 2013

Aborto!


Apesar de ter consciência do apelo polêmico do tema, e reconhecer que o pensamento coletivo sobre ele é muito divergente, o que me motivou a escrever sobre isso, foi o Editorial da Gazeta do Povo, do dia 09/02/13, que na minha opinião, é totalmente equivocado. Principalmente, porque coloca a posição política, religiosa e ideológica, acima da vida de milhares de meninas e mulheres, que morrem a todo o momento no Brasil, realizando abortos clandestinos.

Apesar de cada um ter sua opinião pessoal sobre o tema, que muitas vezes é carregada de preconceito e ignorância, e outras, é apenas a sua opinião pessoal mesmo, acredito que diante da real situação brasileira, pra mim, o aborto é uma questão que deva ser tratada com pragmatismo, e não com paixão. 

É claro que o ideal, é que as mulheres só engravidassem quando realmente desejassem, e pudessem assumir a responsabilidade de gerar e criar um filho. Mas, sabemos que efetivamente não é o que acontece, o ser humano é complexo e imperfeito, e até a vida de quem considera o aborto um “assassinato”, está bem longe de ser a ideal.  Portanto, ninguém está imune a uma gravidez indesejada em sua família, entre suas amigas, ou consigo mesma. Por isso, antes de julgar qualquer atitude, é melhor olhar pra sua própria vida, pras suas fraquezas e limitações.

Posso ter muitas críticas à forma como o Estado tratou até aqui essa questão, com relação à falta de educação, de prevenção e de proteção às meninas e mulheres, que por diferentes motivos recorrem a um aborto. No entanto, quanto à crítica do Editorial, ao Governo Federal, que diz que a Presidenta e o PT, defendem uma plataforma pró-aborto a qualquer custo, penso que o problema é bem mais complexo. Seguramente, no próprio governo há pessoas com diferentes pensamentos em relação a isso, porém, acima disso, o governo tem uma responsabilidade pública pela proteção de sua população. E não deixar, mulheres morrerem por optarem por um aborto, sem ter acesso a médicos e medicamentos adequados; por introduzirem agulhas de tricô na vagina; tomar remédios sem nenhuma orientação, e acabarem suscetíveis às infecções e hemorragias, cuja conseqüência pode ser a morte, já que têm o atendimento de emergência comprometido, pela própria natureza do aborto, penso que seja sim, responsabilidade do Estado.

As pessoas, que são contra ou a favor do aborto, também tem diferentes motivações para essa posição.  Alguns acham que o feto já representa uma vida, desde a concepção, desde que espermatozóide e óvulo fecundam, e, portanto, é sagrado; outras acham que o aborto deveria ser liberado até os três meses de gravidez, época até a qual não há atividade cerebral, uma opinião, digamos “biológica”. Há também, as pessoas, que como eu, que apesar de sua convicção pessoal, escolhem o respeito pela liberdade das outras pessoas, e são pragmáticas, ou seja, pensam que já que os abortos são uma realidade, e acontecem, querendo você ou não, que pelo menos sejam feito por médicos, no período adequado e com a maior segurança possível.

Sobre a minha convicção pessoal, também posso falar. Pessoalmente, apesar de não desejar mais filhos, já tenho dois, não faria um aborto. Mas isso sou eu. Talvez, porque já seja mãe, tenha adorado estar grávida, e ache incrível a experiência de ser mãe. Ou porque, felizmente, tenho condições físicas, psicológicas e materiais, de dar uma educação digna e adequada aos meus filhos. Ou simplesmente, porque talvez não seja capaz de conviver com isso, com as conseqüências de um aborto na vida de uma mulher.  Porque também tem isso, só quem passa pela situação, sabe quais as conseqüências reais disso em sua vida. 

Agora, uma coisa que me indigna muito, são pessoas que se dizem cristãs, seja católico, evangélico, ou de qualquer outra religião, que julgam e chamam de “assassinas”, as mulheres que fazem ou já fizeram aborto. Essas pessoas julgam-se grandes defensores da moral, dos bons costumes e da vida, e exigem respeito de todo mundo, mas não respeitam quem pensa ou age diferente delas. Para elas, a mulher que engravida independente das circunstâncias ou condições, é responsável por trazer essa criança ao mundo, a qualquer custo, para a vida de ambos, da mãe e da criança.

Como cidadã e mulher, acredito sinceramente, que nenhuma convicção pessoal, ou qualquer princípio ideológico, religioso ou filosófico, deva justificar a morte de tantas meninas e mulheres. E que por isso, é sim dever dos gestores públicos e de nossos legisladores assumirem a questão do aborto como um problema de saúde pública, e criarem leis e programas, que atendam e protejam essas meninas e mulheres, que assistam à vida!











8 de fevereiro de 2013

E você, acredita em destino?


Eu não. E nem naquela frase, muito conveniente e deveras utilizada, “o que é seu tá guardado”. O que é seu, não está guardado. Só será seu, se você for “buscar”. Eu acredito na pró-atividade, na dedicação, em ter objetivo e fazer as coisas com alegria. Quem se acomoda e assiste a vida passar,quando acorda, pode ser tarde demais, e vai descobrir que não viveu tudo que poderia. Portanto, pra ser feliz... “Move your fucking ass, baby!!!”.

É muito cômodo, sentar e esperar que as coisas aconteçam, ou que alguém faça por você. Viver assim, é sem graça, é coisa de gente folgada, e sem perspectivas. Gente bege e chata!
O seu destino é você quem faz. Essa frase parece clichê? É clichê. Mas é também, a mais pura verdade.
Tem gente que quando quer alguma coisa, espera acontecer (lembrei agora do Geraldo Vandré, e da música que aprendi quando criança). Invariavelmente, se frustra. Menos quando dá sorte. É, tem também a sorte... Ah, a sorte! Substantivo feminino, que não dá pra qualquer um. Não contemos com ela. Se vier, é sempre lucro.

Pode esperar sentado, se acha que alguém baterá à sua porta, com a escritura de um apartamento novo em seu nome; um six pack de Sapporo Space Barley; o noivo perfeito dos seus sonhos (desculpa aí, mas ele nem existe!); a chave de um carro quitado, com seguro e IPVA pagos; um envelope com todas as suas contas pagas; um amigo de verdade; o show daquela banda que você sonha assistir; todos os vouchers para a viagem que tanto quer fazer, e com acompanhante; ou um bilhete premiado da mega-sena... Ou seja, das pequenas às grandes coisas que você deseja da vida, materiais ou humanas, todas dependem sempre de você. Da sua força de vontade; da sua disposição pra acordar cedo e ripar, apesar de ser segunda-feira; do seu bom humor e jogo de cintura, para lidar com pessoas e com as adversidades que sempre aparecerão.
Não há destino pré-estabelecido, não está escrito nas estrelas, e nada está reservado pra você. Sem que você se esforce e corra atrás, nada acontece. Ser romântico, é aceitável e até gostoso, em alguns momentos da vida. Mas, convenhamos, para conquistar o que deseja, e ser feliz, é preciso sonho, dedicação e muita labuta.

6 de fevereiro de 2013

LIPO-INSPIRAÇÃO


Dias atrás, li uma notícia de uma jovem de 20 anos, que morreu na mesa de cirurgia, fazendo uma lipo. Hoje, ouvi uma notícia, sobre uma diarista de 42, que morreu durante uma cirurgia para colocar silicone nos seios. A família dizia, na reportagem, que era o sonho dela. Comecei a pensar... A que preço? A vida?

Não. Não sou contra fazer cirurgias plásticas. Acho que isso é uma escolha pessoal, que cada um sabe da sua vida, e que quem decide fazer, assume as responsabilidades pelos riscos que corre. Agora, uma garota de 20 anos fazer lipo??? Uma mulher de 42, com quadro comprovado de hipertensão, arriscar-se numa cirurgia eletiva??? Não sei, me parece uma busca pessoal, inglória, pela perfeição estética e uma pressão maluca do mundo, que faz com que as pessoas exagerem para sentirem-se aceitas.

Queria muito saber onde vai parar essa busca insana pela perfeição da imagem, do corpo. Principalmente nós, mulheres, sofremos diariamente a pressão de estarmos “em dia”. E o pior é que ela vem, principalmente de dentro, da nossa cabeça, mas isso, depois de ter vindo de fora, do mundo. E pensando bem, isso não é mais privilégio, só das mulheres. Os homens, cada vez mais, também sofrem desse mal.

É claro que todo mundo gosta de caber na roupa, sentir-se bem e bonita, enfim, estar com a auto-estima em dia. Mas é triste viver num mundo onde ter celulite, estrias e gordurinhas extras (todas indesejadas, claro) é quase falta de educação.

Ser saudável, fazer exercícios, cuidar do corpo, é perfeito! O problema é quando isso vira uma obsessão. Quando isso fica mais importante que a sua cabeça, que a convivência, e que os prazeres que o seu corpo pode te proporcionar, apesar de suas marcas.

Não acho natural, por exemplo, uma menina de 20 anos, fazer plásticas, colocar silicone, passar quatro horas por dia na academia, tomar boletas, e preocupar-se exclusivamente com a imagem. O natural, é que além de preocupar-se com a estética, as medidas, a beleza, ela consiga estabelecer relacionamentos verdadeiros, ria de si mesma, consiga estabelecer um diálogo com mais de vinte minutos, tome partido na vida, enfim, que pense.

E só escrevi tudo isso, porque também vivo isso. Sou mulher, como todas as outras, quero estar bem e feliz comigo mesma. Mas, faço um esforço diário para entender quais são as reais prioridades da minha vida. E não é ser perfeita. Ninguém é. Nem quem tem o par de seios mais lindos, ou a bunda mais gostosa. Sempre tem alguma coisa errada, com o espelho ou com a cabeça.

Saúde e auto-estima positiva é uma coisa, ser obcecado pela imagem é outra.

Se me permitem o atrevimento de um conselho, que seja: Cuide bem do seu corpo, sinta-se bem, mas dedique-se principalmente à sua cabeça. Pra mim, funciona. E quando você estiver velhinha, cheia de marcas do tempo, de rugas, de dores (tudo natural e inevitável), perceberá o que foi mais importante.