10 de julho de 2013

Devaneios atuais...

Ontem à noite, depois de uma discussão OSPBistica em casa, que não é rara, fiquei pensando: Em que baseio as minhas opiniões e convicções? O que eu sou? Que eu sou "canhota" já disse aqui, e isso é líquido e certo. E de onde isso vem?

De vários lugares, penso eu. Do ambiente, da criação, dos interesses, da formação, da informação, da personalidade, da educação, mas, principalmente, da alma, da essência.

Vem, por exemplo, de quando eu tinha 15 anos, muitos sonhos e um espírito libertário. E na época do Plebiscito de 1992, para escolher a forma de governo do nosso país, fui com outros jovens, amigos e conhecidos, para o calçadão de Londrina divulgar e defender a Anarquia. Pois é, um tema que desde muito menina me atraiu, li sobre ele, estudei, defendi. Era nisso que eu acreditava e sonhava. E ainda tenho em mim esse espírito. Mas, depois que a gente cresce, e a vida não é mais só música, amigos, escola e lutar por um ideal... Depois que a gente vira mãe, trabalha, paga contas, e vive nesse mundo tão real, começa a perceber a realidade com outra perspectiva. E hoje pra mim, no ponto em que chegamos, infelizmente, aquele arranjo social idealizado e defendido por Godwin, Bakunin, e tantos outros, está cada dia mais distante, improvável, utópico.

Toda essa história de ter que amadurecer, encarar os problemas, as dores (nossas e dos outros), e ver que a incoerência, a realidade e a brutalidade da vida, não é só o que se vê retratado na TV, ela está na cara de quem admite vê-la, pode fazer com que comecemos a desanimar. Mas isso, só se você estiver aqui só de passagem, sem vontades, sem convicções. Caso contrário, percebemos rapidamente que é possível ser feliz depois que a gente cresce, apesar dos pesares.

Hoje, com tantas coisas acontecendo, as pessoas nas ruas (pelo menos até uns dias atrás), as discussões nas mídias sociais, a troca de idéias, gente cobrando, gente “tentando” dar respostas, enfim, existe movimento, existem lados, existe discussão, existem contraditórios, existem consensos, e isso tudo é fruto da democracia. Hoje, é a ela que me apego. E gosto dela. Mas, sei também que ela tem um preço, às vezes alto, mas que vale à pena.

Tudo isso, só pra dizer que tudo muda. O mundo muda, o Brasil muda, você muda, eu mudo... Mas, o que importa, pelo menos nas pessoas, é a essência, o que você traz dentro de si, e o que você é capaz de fazer para transformar a realidade. E a despeito da minha idade, de ser ainda uma “menina” de 35 anos, eu sei o que trago dentro de mim. E tenho um acordo comigo mesma, o de nunca perder esse brilho rebelde e provocador da alma.





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