25 de janeiro de 2013

58 anos do Paulão, meu pai!


Amanhã meu pai faz 58. Eu queria estar perto dele e comemorar junto, como sempre fazemos. Mas, como está viajando, aproveitando a vida e vivendo intensamente a condição de avô, na praia com os netos, e alguém tem que trabalhar nessa família... Fiquei aqui, e por isso uma “pequena” homenagem!

Foram 58 anos de uma vida cheia. Cheia de gente, cheia de trabalho, cheia de planos, cheia de realizações, cheia de festas, cheia de exemplos e cheia de amor.

Desde muito criança, e até hoje, eu ouço: “você é a cara do seu pai!”. E não é só a cara. Somos parecidos em muitas coisas, e diferentes em algumas.

Temos personalidade forte, mas tratamos a vida com leveza. Gostamos de nos divertir, comer bem, tomar uma cerveja com os amigos, bater papo, rir, festar... Temos um senso de humor parecido, diria até um pouco ácido, ás vezes. E dessa característica igual, é que eventualmente, surgem as nossas diferenças. Que são resolvidas logo ali, não duram mais do que 5 minutos. E freqüentemente, terminam com as frases: “Você é fogo, não posso falar nada e já vem...”. A resposta: “Pois é, até nisso sou parecida com você”. E o papo continua como se nada tivesse acontecido.

Meu pai sempre me apoiou em tudo, e sempre acompanhou de perto todos os acontecimentos da minha vida...

Na minha primeira menstruação, quis fazer um churrasco pra comemorar a primeira filha ficando “mocinha”, na época achei o cúmulo, e hoje acho o máximo.

Quando tirei a primeira nota vermelha na escola, no lugar de uma bela bronca, me levaram numa pizzaria, conversamos longamente, e funcionou.

Quando aos 13 anos decidi pintar o cabelo de vermelho, me lembro exatamente a cena. Durante um almoço, “avisei” que iria pintar, D. Márcia resistiu um pouco, e ele perguntou: é isso mesmo, não vai se arrepender? Então deixa ela!

Quando aos 15 ou 16 anos contei que havia entrado numa banda de punk rock, achava muito engraçado quando ele contava pros amigos que a filha era “crooner” de uma banda de rock. Eu ria e corrigia, “não é crooner que fala pai, é vocal!” kkkkk. Nessa mesma época, quando resolvi organizar e promover uns shows, ele foi o “financiador”. Emprestava a grana, e eu devolvia tudo direitinho.

Quando aos 17 anos decidi que faria faculdade fora de Londrina, ele apoiou. Fiz vestibular, passei e ele foi lá me levar. E já contou várias vezes como se sentiu, quando veio embora, “me deixando lá”.

Quando aos 19 decidi trancar a faculdade e morar em Londres um tempo, achou ótimo que eu fosse aprender inglês. Ajudou com a passagem e disse que lá eu teria que “me virar”. Trabalhei, estudei, aprendi inglês, conheci gente e mais oito países. Uma das melhores experiências da minha vida. Voltei de lá, me formei, voltei pra Londrina, casei, tive dois filhos... E ele sempre lá, apoiando tudo.

Só um pouquinho da minha história, que mostra que meu pai é Foda! Desculpe pai, mas foi a palavra mais “adequada” que encontrei pra dizer que você é... Foda!

Sempre nos ensinou a viver com arrojo e coragem. Claro que, como bom administrador, nos ensinou também que pra isso é preciso planejar, e eu seguia seus conselhos, pero no mucho, talvez pela idade. Hoje aprendi. Ensinou ainda, que além de planejar, era preciso ter responsa, competência e esforço, pra cumprir o planejado. Por isso tem quatro filhos, que sempre meteram as caras em tudo (até demais, ás vezes!), isso lhe deu e lhe dá um pouco de trabalho. Mas é de lá que vem. E da minha mãe, é claro. (Mas hoje não é seu dia, mãe! rs Márcia Lopes).

Foi sempre um pai companheiro, mas também exigente. Agradeço a ele, o gosto pela leitura. Cobrava as leituras e as resenhas. Agradeço a ele a facilidade com cálculos. Nos fez aprender tabuada a todo custo, tomava todos os dias. Eu achava chatíssima a hora da tabuada, que normalmente era depois do almoço, ainda na mesa. Em compensação, depois da tabuada vinham as músicas, e os seis cantavam na mesa, musicas de propagandas de TV, musicas engraçadas... Coisa de louco! Nos deixava sair a noite, mas se não voltássemos no horário combinado, já cortava o barato da próxima saída. Mas sempre dávamos um jeitinho, né Mariana Carvalho Lopes Lussich, Ana Paula Lopes Fernandes e Rafael Lopes Brutus?!

Com ele aprendi muitas coisas e ainda aprendo. Aprendi o respeito pelas pessoas, seja quem for. Aprendi o valor do trabalho e da responsabilidade. Aprendi o valor da convivência. Aprendi que conhecimento e capacidade superam qualquer timidez. Aprendi a andar de bicicleta. Aprendi a dirigir. Aprendi também com ele a “separar o tempo”... Aprendi que tem hora pra tudo, e que com a mesma seriedade que a gente curte a vida (é, porque a gente leva isso a sério!), a gente assume as responsabilidades, trabalha, fala sério... Cada coisa no seu tempo.

Nem sei se ele sabe, mas com o meu pai eu aprendi a viver a vida intensamente, a ter o pensamento livre, a ser livre, e a dizer tudo o que penso, mas com respeito, e sabendo que nunca vou agradar gregos AND troianos (né não Chiara Rodello?).

Hoje, com 58 anos, e com alguma prudência, ele continua vivendo intensamente todos os momentos da vida.

Dele e por ele, só posso ter orgulho, admiração e gratidão. E sentir muito amor.

Parabéns, pai!

Ass: A filha, que apesar de já ter ouvido várias vezes que foi, das meninas, a que deu mais trabalho, é a preferida!!! kkkkkkkkk (Provocação rules!)

3 comentários:

  1. Ju, parabéns pelo Blog! Começou mto bem, com um texto autêntico, revelador, intenso... Vc escreve mto bem, é envolvente, as palavras fluem com leveza... Deus abençoe toda sua família e por ocasião dos 58 do Paulão, mtas felicidades, saúde e paz a esse cara tão legal e querido por mtos londrinenses. Bjo

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  2. Obrigada, Carlos! Pelas palavras, que incentivam e pelas felicitações ao Paulão. Bj.

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  3. Jú, que legal!! Amei seu texto!! Li outro e gostei tbm.. já sou sua fã..aliás, sempre fui.. agora como escritora, mais ainda!! Viva o conhecimento!! Viva o pensamento!! Viva a cultura, a alegria de viver e tudo o mais que é bom!! Bjssssssssssss
    E vivas para o Paulão!!!

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