Lá vai a minha opinião e percepção, muito pessoal, do que significa educar uma
criança. Por isso, é importante que eu diga que a educação que vou abordar
aqui, é a educação de pais para filhos, a educação de dentro de casa, a
educação que eu tive, e a educação que eu estou aprendendo a dar. E não a
educação institucionalizada, que a meu ver, é muito mais complicada, e
infelizmente, em muitos casos, deficiente e ineficaz. Mas não me atreveria a
falar sobre isso, teria que estudar e me preparar muito mais. Vou falar do que
eu vivo, e pretensiosamente, acho que entendo.
Com todo respeito, que eu realmente tenho por eles, que
colaboraram profundamente com a Educação, mas não há Piaget ou Paulo Freire no
mundo, que nos ensine a receita de educar os nossos filhos. Simplesmente,
porque somos todos indivíduos muito particulares e únicos, especialmente as
crianças, que se descobrem a cada dia, a cada curiosidade, a cada pensamento, a
cada atitude, a cada aprendizado, a cada bronca. O que funciona pra um, não
funciona para o outro. Eu que o diga! Tenho dois bem diferentes um do outro. E
isso é delicioso e inquietante.
É claro que podemos aprender muito, aprofundar conhecimentos,
entender melhor o sentido e os fundamentos da educação, com os grandes
estudiosos, educadores e pensadores. Mas, sendo muito sincera, na educação dos
filhos, no dia a dia, dentro da intimidade da sua casa, o que realmente conta
na educação é a “carga” dos pais. Suas personalidades, suas crenças ou
descrenças, seu conhecimento e diferentes entendimentos sobre as coisas da
vida; seus preconceitos, suas fragilidades, seus princípios, seu amor.
Filhos transformam a vida da gente, isso todo mundo que os
tem, sabe. Começam transformando o nosso corpo; depois transformam os nossos
corações; os nossos interesses; a nossa cabeça. Transformam a nossa vida. E,
inegavelmente, o grande desafio de um pai e uma mãe, é educar seus filhos. As
dúvidas, a culpa, o medo de errar, os excessos, isso tudo é inevitável, mas, na
minha opinião, totalmente administrável, quando os pais tem a clareza, de que
tipo de pessoa esperam que seus filhos se tornem. Começa por aí. Só começa.
Coisas fundamentais e que, pra mim, funcionam na educação:
liberdade, confiança, equilíbrio, limites, respeito e amor. A ordem não
importa. Vou falar de cada um...
Liberdade e respeito: As crianças devem ter liberdade pra
dizer o que pensam e sentem, sempre. E devem ser ouvidas com absoluto respeito.
Não há assunto proibido. E quando surgem as dúvidas e questionamentos, dizer a
eles a verdade, da forma mais clara possível, é sempre a melhor saída. Quando
achamos que ainda não é hora de falar sobre determinado assunto, por entender
que a sua capacidade de compreensão ainda não alcança a complexibilidade do
tema, basta, também, explicar com a verdade: “Isso ainda não tem importância
pra você, meu filho, quando tiver, seremos os primeiros a esclarecer”. Aí,
vem... Mãe, e o que é esclarecer? (rs!)
Educamos o tempo
inteiro, a cada palavra e a cada gesto. E isso é uma baita responsabilidade.
Confiança: quando pais e filhos confiam uns nos outros, tudo fica
mais fácil e natural. Confiança no amor que sentem; confiança pra aprender a
andar de bicicleta, entendendo que os tombos e ralados fazem parte da vida;
confiança pra entender que o remédio é sim, horrível, mas é o melhor pra ele,
naquele momento; a confiança que faz com que se entendam só pelo olhar; a
confiança de fazer novas descobertas e eventualmente cometer erros; a confiança
de saber que têm uns aos outros.
Equilíbrio: é do equilíbrio dos pais que estou falando, ou,
mais apropriadamente, entre os pais. Equilíbrio entre as personalidades;
equilíbrio nos temperamentos; equilíbrio na paciência; equilíbrio nos limites;
equilíbrio na disposição física e mental... Resumindo, quando um dá uma
“despirocada”, o outro segura a onda (porque, a não ser, que não seja humano,
todo mundo dá). Funciona que é uma beleza!
Limites: tem gente que confunde liberdade, com falta de
limites. Separemos bem as coisas. Liberdade é um bem precioso, que deve ser
exercido e ensinado desde sempre. E limites, fundamental na educação, pra tudo
que, nós pais, acreditarmos ser necessário. Neste caso,
prefiro pecar pelo excesso.
Somos adultos e pais ocupados e imperfeitos, mas temos uma
grande coisa a nosso favor, o grande amor pelos filhos, além da vontade de
vê-los bem e felizes. Achar o equilíbrio
do tempo e da razão, é certamente, o nosso grande desafio.
As crianças são viciadas em atenção, doces e semântica. E nós,
pais, apesar de todas as nossas limitações, somos perfeitamente capazes de
suprir e administrar esses “vícios”.
Pois é Juliana. Eu aqui lendo e pensando qual a dose de tudo isso que conseguimos dar à vocês 4: tão diferentes e tão encantadores. Mas acho mesmo, que acertamos mais do que erramos e a minha medida é a carga que cada um de vocês tem hoje prá organizar e levar a vida. E particularmente, tenho mundo orgulho das escolhas que vocês estão fazendo. Concorda ou discorda?
ResponderExcluirMãe, é claro que eu concordo. Quase sempre concordo com você, quando não, eu falo. E isso também aprendi com vocês. A educação que dou para os meus filhos hoje, é claro que tem influência da minha personalidade, do ambiente e do contexto que vivemos atualmente, da minha própria "carga", mas, os princípios e os exemplos são méritos de vocês. Sabe que fizeram um excelente trabalho!
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