6 de março de 2013

Educar não tem receita.


Lá vai a minha opinião e percepção,  muito pessoal, do que significa educar uma criança. Por isso, é importante que eu diga que a educação que vou abordar aqui, é a educação de pais para filhos, a educação de dentro de casa, a educação que eu tive, e a educação que eu estou aprendendo a dar. E não a educação institucionalizada, que a meu ver, é muito mais complicada, e infelizmente, em muitos casos, deficiente e ineficaz. Mas não me atreveria a falar sobre isso, teria que estudar e me preparar muito mais. Vou falar do que eu vivo, e pretensiosamente, acho que entendo.

Com todo respeito, que eu realmente tenho por eles, que colaboraram profundamente com a Educação, mas não há Piaget ou Paulo Freire no mundo, que nos ensine a receita de educar os nossos filhos. Simplesmente, porque somos todos indivíduos muito particulares e únicos, especialmente as crianças, que se descobrem a cada dia, a cada curiosidade, a cada pensamento, a cada atitude, a cada aprendizado, a cada bronca. O que funciona pra um, não funciona para o outro. Eu que o diga! Tenho dois bem diferentes um do outro. E isso é delicioso e inquietante.

É claro que podemos aprender muito, aprofundar conhecimentos, entender melhor o sentido e os fundamentos da educação, com os grandes estudiosos, educadores e pensadores. Mas, sendo muito sincera, na educação dos filhos, no dia a dia, dentro da intimidade da sua casa, o que realmente conta na educação é a “carga” dos pais. Suas personalidades, suas crenças ou descrenças, seu conhecimento e diferentes entendimentos sobre as coisas da vida; seus preconceitos, suas fragilidades, seus princípios, seu amor. 

Filhos transformam a vida da gente, isso todo mundo que os tem, sabe. Começam transformando o nosso corpo; depois transformam os nossos corações; os nossos interesses; a nossa cabeça. Transformam a nossa vida. E, inegavelmente, o grande desafio de um pai e uma mãe, é educar seus filhos. As dúvidas, a culpa, o medo de errar, os excessos, isso tudo é inevitável, mas, na minha opinião, totalmente administrável, quando os pais tem a clareza, de que tipo de pessoa esperam que seus filhos se tornem. Começa por aí. Só começa.

Coisas fundamentais e que, pra mim, funcionam na educação: liberdade, confiança, equilíbrio, limites, respeito e amor. A ordem não importa. Vou falar de cada um...

Liberdade e respeito: As crianças devem ter liberdade pra dizer o que pensam e sentem, sempre. E devem ser ouvidas com absoluto respeito. Não há assunto proibido. E quando surgem as dúvidas e questionamentos, dizer a eles a verdade, da forma mais clara possível, é sempre a melhor saída. Quando achamos que ainda não é hora de falar sobre determinado assunto, por entender que a sua capacidade de compreensão ainda não alcança a complexibilidade do tema, basta, também, explicar com a verdade: “Isso ainda não tem importância pra você, meu filho, quando tiver, seremos os primeiros a esclarecer”. Aí, vem... Mãe, e o que é esclarecer? (rs!)

 Educamos o tempo inteiro, a cada palavra e a cada gesto. E isso é uma baita responsabilidade.

Confiança: quando pais e filhos confiam uns nos outros, tudo fica mais fácil e natural. Confiança no amor que sentem; confiança pra aprender a andar de bicicleta, entendendo que os tombos e ralados fazem parte da vida; confiança pra entender que o remédio é sim, horrível, mas é o melhor pra ele, naquele momento; a confiança que faz com que se entendam só pelo olhar; a confiança de fazer novas descobertas e eventualmente cometer erros; a confiança de saber que têm uns aos outros. 

Equilíbrio: é do equilíbrio dos pais que estou falando, ou, mais apropriadamente, entre os pais. Equilíbrio entre as personalidades; equilíbrio nos temperamentos; equilíbrio na paciência; equilíbrio nos limites; equilíbrio na disposição física e mental... Resumindo, quando um dá uma “despirocada”, o outro segura a onda (porque, a não ser, que não seja humano, todo mundo dá). Funciona que é uma beleza!

Limites: tem gente que confunde liberdade, com falta de limites. Separemos bem as coisas. Liberdade é um bem precioso, que deve ser exercido e ensinado desde sempre. E limites, fundamental na educação, pra tudo que, nós pais, acreditarmos ser necessário. Neste caso, prefiro pecar pelo excesso.

Somos adultos e pais ocupados e imperfeitos, mas temos uma grande coisa a nosso favor, o grande amor pelos filhos, além da vontade de vê-los bem e felizes.  Achar o equilíbrio do tempo e da razão, é certamente, o nosso grande desafio.

As crianças são viciadas em atenção, doces e semântica. E nós, pais, apesar de todas as nossas limitações, somos perfeitamente capazes de suprir e administrar esses “vícios”.


2 comentários:

  1. Pois é Juliana. Eu aqui lendo e pensando qual a dose de tudo isso que conseguimos dar à vocês 4: tão diferentes e tão encantadores. Mas acho mesmo, que acertamos mais do que erramos e a minha medida é a carga que cada um de vocês tem hoje prá organizar e levar a vida. E particularmente, tenho mundo orgulho das escolhas que vocês estão fazendo. Concorda ou discorda?

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Mãe, é claro que eu concordo. Quase sempre concordo com você, quando não, eu falo. E isso também aprendi com vocês. A educação que dou para os meus filhos hoje, é claro que tem influência da minha personalidade, do ambiente e do contexto que vivemos atualmente, da minha própria "carga", mas, os princípios e os exemplos são méritos de vocês. Sabe que fizeram um excelente trabalho!

      Excluir