18 de fevereiro de 2013

Saudade


Palavra que já se faz imponente por ser exclusiva.  É nossa. Só existe em português... Tá, dizem que também em galego. Mas nenhuma outra língua a traduz. Não é privilégio nosso senti-la. Mas, pronunciá-la, escrevê-la, tê-la, sim. Só isso, já a torna especial. E mais especial ainda, dependendo do “objeto” da saudade.

Por que escrever sobre saudade? Porque eu sinto muita. De muitas coisas e pessoas. E de algumas, especialmente. E sinto da forma mais superlativa e “hiperbólica” que existe. Morro de saudade. O que não faço, é acomodar-me nela. O objetivo, sempre que possível, é matá-la. E como nem sempre é, deu vontade de falar sobre ela. 

E não quero falar da origem “portuguesa” da palavra, e nem da etimologia, que vem do latim, de “solidão”. Quero falar da saudade que dói, e ao mesmo tempo é boa, quando você consegue imaginar o fim dela. 

Quero falar da saudade que causa sensações e dores físicas. Dor de estômago, nó na garganta, insônia, angústia e da vontade de chorar. Quem nunca sentiu, todas, ou pelo menos uma dessas sensações, me desculpe, mas, pra mim, não é tão humano assim. 

Muitas coisas e pessoas podem ser vítimas da sua saudade. As pessoas que você amava, e já se foram; uma música que marcou sua vida; as amigas que não encontra faz tempo; ou aquela, que mora bem perto, e você quase não vê; um lugar inesquecível que conheceu; a família que mora longe; um amor. Tudo pode lhe causar saudade, com mais ou menos intensidade. Mas a saudade principal, certamente é de gente.

Ficar longe de alguém que gosta muito, adora ou ama, causa incômodo, ansiedade e tristeza.  Mas também, expectativa, vontades e planos, coisas que nos movem. E isso é bom. E pra quem “morre” de saudade, como eu. Poder matá-la é indescritível. Encontrar o objeto da sua saudade traz satisfação e felicidade. É aí, que a saudade fica boa.

Quero continuar morrendo de saudade, só pra poder matá-la. E quando não der... 

Só tem uma saudade que nunca quero sentir na vida, a saudade do que não vivi. Escolhi viver pra ter saudade. Dói um pouco, mas faz feliz.


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