Dias atrás, li uma notícia de uma
jovem de 20 anos, que morreu na mesa de cirurgia, fazendo uma lipo. Hoje, ouvi uma
notícia, sobre uma diarista de 42, que morreu durante uma cirurgia para colocar
silicone nos seios. A família dizia, na reportagem, que era o sonho dela. Comecei
a pensar... A que preço? A vida?
Não. Não sou contra fazer cirurgias
plásticas. Acho que isso é uma escolha pessoal, que cada um sabe da sua vida, e
que quem decide fazer, assume as responsabilidades pelos riscos que corre.
Agora, uma garota de 20 anos fazer lipo??? Uma mulher de 42, com quadro comprovado
de hipertensão, arriscar-se numa cirurgia eletiva??? Não sei, me parece uma
busca pessoal, inglória, pela perfeição estética e uma pressão maluca do mundo,
que faz com que as pessoas exagerem para sentirem-se aceitas.
Queria muito saber onde vai parar essa
busca insana pela perfeição da imagem, do corpo. Principalmente nós, mulheres,
sofremos diariamente a pressão de estarmos “em dia”. E o pior é que ela vem,
principalmente de dentro, da nossa cabeça, mas isso, depois de ter vindo de
fora, do mundo. E pensando bem, isso não é mais privilégio, só das mulheres. Os homens, cada
vez mais, também sofrem desse mal.
É claro que todo mundo gosta de caber
na roupa, sentir-se bem e bonita, enfim, estar com a auto-estima em dia. Mas é
triste viver num mundo onde ter celulite, estrias e gordurinhas extras (todas
indesejadas, claro) é quase falta de educação.
Ser saudável, fazer exercícios, cuidar
do corpo, é perfeito! O problema é quando isso vira uma obsessão. Quando isso
fica mais importante que a sua cabeça, que a convivência, e que os prazeres que
o seu corpo pode te proporcionar, apesar de suas marcas.
Não acho natural, por exemplo, uma
menina de 20 anos, fazer plásticas, colocar silicone, passar quatro horas por
dia na academia, tomar boletas, e preocupar-se exclusivamente com a imagem. O
natural, é que além de preocupar-se com a estética, as medidas, a beleza, ela
consiga estabelecer relacionamentos verdadeiros, ria de si mesma, consiga
estabelecer um diálogo com mais de vinte minutos, tome partido na vida, enfim,
que pense.
E só escrevi tudo isso, porque também
vivo isso. Sou mulher, como todas as outras, quero estar bem e feliz comigo
mesma. Mas, faço um esforço diário para entender quais são as reais prioridades
da minha vida. E não é ser perfeita. Ninguém é. Nem quem tem o par de seios
mais lindos, ou a bunda mais gostosa. Sempre tem alguma coisa errada, com o
espelho ou com a cabeça.
Saúde e auto-estima positiva é uma coisa, ser obcecado
pela imagem é outra.
Se me permitem o atrevimento de um
conselho, que seja: Cuide bem do seu corpo, sinta-se bem, mas dedique-se
principalmente à sua cabeça. Pra mim, funciona. E quando você estiver velhinha,
cheia de marcas do tempo, de rugas, de dores (tudo natural e inevitável),
perceberá o que foi mais importante.
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